sábado, 17 de maio de 2014

GUERRA CIVIL

Poxa, nem sei como começar. Fiz este blog pra ser sincero e pode ser que meu relato do que eu achei desta edição da Coleção Salvat não seja o que a maioria vai concordar. Mas tenho um compromisso de ser verdadeiro aqui e como não tenho a intenção de afrontar e nem ofender ninguém, saiba que aqui é a minha opinião expressa, e eu respeito e acho muito normal um monte de gente discordar, ok ?

Explicado isso, digo que não gostei mesmo de Guerra Civil. Foi tanto estardalhaço sobre esta HQ que eu comprei achando que estava trazendo Ouro pra casa, mas ao final era Pirita... hehehe...Percebe-se muito claramente que é uma 'crise' feita pra vender e pra mudar as coisas no universo Marvel. Não foi uma história feita pra ser algo normal, mas foi algo tão surreal e forçado ( minha opinião, ok ? ) que eu não acreditava que estava lendo algo que pra muita gente foi considerada a melhor saga dos anos 2000. Na boa, li coisas muito menores e muito melhores do que esta 'maxi-série'. 
Sei da importância desta HQ, que ela se estendeu por mais de 100 revistas, que ela mudou tudo no dia a dia heroico do mundo dos super -caras Marvel, mas isso não quer dizer que é uma boa história, entende ? É fraca, sem foco, toda furada, sem personalidade... todos os personagens tirados do seu 'eu' natural, mas não de forma a responder a uma situação natural externa. Foram mudados em sua essência de comportamento. A meu ver, foi algo tão forçado que não se reconhecia os personagens. E não dá pra dizer que é isso porque era um momento de crise. Nem ferrando... estes caras vivem passando por momentos de crise e isso não é motivo. A única lucidez que eu vi foi com o Justiceiro. Nem Demolidor, nem Capitão América, nem Homem-Aranha e nem ninguém mais chegou perto de algo digno de nota. Cara, desde quando o Aranha é tão inocente de cair na conversa do Tony e revelar sua identidade? Sério que alguém achou isso uma boa ideia? Só eu que vejo que é mais marketing do que uma boa história ? Até o Thor, em Renascer dos Deuses ( aqui ), percebe o quão ignóbil foi este ciborgue ridículo que o Reed criou com Tony e Hank.
Cara, jura que um cara como o Reed deixaria passar uma trava de segurança ? O Reed ? Ah, fala sério... forçado, forçado, forçado !! Já passei por muitas reformulações e crises de universos Marvel e DC pra reestruturação do mesmo e mudar o caminhar pra criar novas histórias e ganhar mercado, mas esta Guerra Civil não chega aos pés... e olha que Flashpoint da DC é boa, mas criou um universo muito patético e sem cabimento que é os novos 52. Esta HQ justifica o motivo de eu ter abandonado as HQ´s logo após o fiasco da Guerra dos Clones do Aracnídeio. Achei que nada seria pior... neste caso eu amaria estar certo.
Agora, prometo, vou tentar achar as coisas boas que eu gostei nesta HQ. Primeiro e a melhor de todas: Tirou aquele uniforme ridículo do Peter... sério que o Homem-aranha usava armadura até chegar aí ? Meu, graças a Odin eu perdi isso. Uma outra coisa bacana foram as justificativas para os X-Men e o Dr. Estranho ficarem de fora da batalha. Se a situação dos mutunas já era de vigiados pelo governo, não tinha sentido mesmo brigar... e como a Emma bem justificou, eles sabiam no que aquilo iria dar, então, melhor ficar de fora mesmo. Curioso é ter o Vovô mutante na capa da edição ( Vô Verine!!! tu-rum-tisss ), sendo que ele mal participa do comecinho. E outra curiosidade... embora o Vigia seja proibido de interferir, não tem história que ele apareça que ele se segure... hehehe.... ele sempre dá uma forcinha... e nesta, não. Então, tem tanta coisa ali que é fora do lugar, que eu só posso dizer que esta edição não foi feita pra mim, foi pra outro tipo de público e eu posso entender e aceitar isso perfeitamente.


Poxa, tentei, mas não consegui falar bem nem quando me propus... hehehe... Vamos lá, outro ponto que eu gostei foi a ideia da prisão ter o nome de 42... embora tenha sido mostrado na HQ que este nome veio por ter sido o 42o projeto da lista que os 3 montaram, sabemos que 42 é um pouco mais do que isso, né ? Curioso eles mandarem esta indireta de que esta prisão era a resposta a grande questão da vida, do universo e o tudo mais. Tem muitas outras referencias, mas nada que valha a pena listar.

O traço também não ajuda, mesmo sendo um cara que muita gente acha incrível, eu realmente sou um velho ranzinza e gosto mais de desenhos com mais movimento e menos pose. Steve McNiven não tem um traço que convence, parece inseguro... olhos sem vida, rostos que não são uniformes, parece amador ( minha opinião... ) e o Mark Millar visivelmente fez algo pensando mais na mudança do Universo Marvel do que na história em si. Não sei se me faço entender... Realmente me decepcionei bastante porque existe muito barulho sobre ela. Guerra Civil é uma ideia muito boa, que foi desperdiçada numa execução ruim, sabe assim ? Um final medíocre e 'preguiçoso', porém coerente com a bomba que é o decorrer da saga.

Bom, é isso. Perdoe-me se em algum momento invado a sua opinião. Saiba
que não quero ser desrespeitoso com ninguém e o espaço é livre pra comentar a sua opinião a vontade. Aliás, eu até gosto disso. Aprendo com os comentários porque me mostram pontos de vista que eu não percebi e sou bem aberto a este tipo de opinião. 

Abraços do Quadrinheiro Véio !

quinta-feira, 15 de maio de 2014

O Espetacular Homem-Aranha - A última caçada de Kraven

"Aranha! Aranha ! Viva chama que as florestas da noite inflama. Que olho ou mão imortal poderia traçar-te a horrível simetria ?"

Mais uma vez trago uma HQ do Aranha que eu acho que é uma das mais TOP´s que eu já li na vida. O ano é 1989 e uma mini-série em 3 edições abala as estruturas do então menino de 13 anos que vos escreve agora. Sério, esta época eu estava lendo melhor e começando a entender um pouco mais as coisas e ler uma história tão profunda e obscura foi mesmo muito forte. Não é apenas uma HQ em que um vilão toma o lugar do seu herói inimigo. É mais do que isso. É poesia, é propósito. Dentro da coleção da Salvat, está O Espetacular Homem-Aranha - A última caçada de Kraven é uma aventura, um arco fechado que pra mim está ao nível das grandes Graphic Novels  e mini-séries como O Cavaleiro das Trevas, Watchmen, Marvels, Odisseia Cósmica, Reino do Amanhã e outras... e considerando que é do Homem-Aranha, numa fase extraordinária, época que ele estava casado a pouco tempo, enfrentando muitos conflitos internos, foi muito bem colocada. Ver a fragilidade humana dos personagens,
ver o tempo todo a poesia na cabeça do caçador, foi fantástico. Esta HQ, pra mim, coloca o Kraven numa posição que até então ele nunca esteve. Ele sempre foi fodão ( perdoe o palavrão, mas em 10 minutos pensando, não achei termo melhor ), porém aqui ele se supera de uma forma que poucos conseguiram chegar. A profundidade emocional do Sergei Kravinov ao provar pra si mesmo e pra mais ninguém que ele é melhor que sua caça é mostrada de uma forma que a gente não esperava. A HQ é toda escura, tudo acontece a noite, poucos momentos de dia, apenas o final. Todo um simbolismo envolvido. Parece que a HQ foi planejada passo a passo, cada quadro cuidadosamente pensado. Nesta mini-serie, Peter Parker usa a roupa preta, parece como se estivesse antevendo o que iria passar com o vilão, já que nesta fase ele alternava entre o vermelho e azul e o uniforme negro, pouco depois de ele ter se livrado do mesmo no laboratório do Sr. Fantástico Reed Richards. O Kraven
aparece constantemente nu, representando a necessidade de se revelar como ele realmente é. As identidades em conflito, a simbologia da Aranha como o desafio interior que todos os humanos devem sobrepujar para serem livres. A animalidade humana na forma de Rattus. Todo o instinto em forma de um personagem que não tem consciência, apenas segue seus impulsos mais íntimos sem distinguir o que faz. É muito bacana ver a mudança de expressão do Kraven durante toda a HQ, saindo do desespero e da loucura pra serenidade, pra paz, pro término de sua missão em vida. Constantemente lembrando de sua mãe, que se suicidou... dizendo toda hora " Disseram que minha mãe era insana.". Acho que é um roteiro tão bem feito e os desenhos tão condizentes que chega a ser de um brilhantismo genial. Kraven, ao final, se regozija e comemora muito, afinal tudo deu certo e o Aranha não tinha como entender, porque não viveu isso ainda. É possível sentir o respeito que ele nutre pelo Aranha. Deu pra perceber que eu acho esta publicação fantástica, né ? Demorei pra escrever sobre ela porque ela pede o tom certo.
J M DeMatteis é um grande argumentista. Ele supera nesta publicação muitos outros e na minha opinião é muito pouco reconhecido por alguns de seus trabalhos. Pensa bem no tamanho do simbolismo que ele coloca nesta edição. Leia ou releia procurando as entrelinhas, a base psicológica por trás de uma aventura onde torcemos pelo vilão, podemos nos identificar com ele, sentir como ele e ao final, até achar que em algum momento poderíamos vir a nos tornar alguém assim. Não no sentido de ser vilão, mas no sentido de descobrir que é de verdade e de ter a coragem de fazer o que é preciso pra se encontrar. É uma pena ele se suicidar no final, porém não havia forma de tornar a história mais memorável ou coerente com o decorrer dos acontecimentos. Meus cumprimentos sinceros e gratidão eterna a este grande artista.
Os desenhos de Mike Zeck eu já gosto a anos... desde Secret Wars. É possível avaliar que é um grande desenhista e contador de histórias pela sua constância no traço, o cuidado com as expressões faciais, a climatologia e sequencia de imagens para dar movimento ou dramaticidade. Nao entendo muito bem, mas não é qualquer um que consegue fazer um drama tão existencial como este te arrepiar. Os planos de sequencia dele são ótimos. Sentimos nojo do Rattus, sentimos náusea com a MJ quando ela mata o rato... tropeçamos com o Peter quando ele sai da tumba. Mike é um dos caras que eu compro revistas só por ter o nome dele. E a coloração que faz toda a diferença é de Robert McLeod. Ele sabe dar o clima certo. Muito bom.

De tudo isso eu tiro apenas que é uma revista que é obrigatória para qualquer leitor de HQ. Seja fã de DC ou de outros personagens da Marvel, A última caçada de Kraven é uma leitura fundamental e básica. Até pra não leitores, mas apaixonados por comportamento e psicologia humana vão se deliciar com a profundidade da publicação. Leia sem medo, e sem dó. Releia, reflita, pense. Seja mais como o Kraven e seja mais livre. Um épico !

Abraços emocionados do Quadrinheiro Véio.














terça-feira, 13 de maio de 2014

Justiceiro Max - Rei do Crime

Olá Quadrinheiro amigo.

Acho que ainda não falei sobre o Justiceiro aqui no blog, e foi por falta de oportunidade já que é um dos personagens que eu mais gostava de ler nos anos 80 começo dos 90. O comportamento neurótico do personagem aliado ao clima de gangsteres que figura na maioria de suas histórias me fascina. Sem comentar a violência. E é justamente este o ponto forte desta HQ que vou comentar neste post de hoje.
Justiceiro Max: Rei do Crime é uma HQ do Justiceiro, mas o personagem principal é Wilson Fisk e mostra toda a sua estratégia e ação para se tornar o Rei do Crime de Nova York. É um roteiro impressionante e muito bem pensado. Vemos como o Rei é um grande planejador, como é centrado e dificilmente se deixa levar pelas emoções. Também é mostrado de forma muito humana como ele enterrou os sentimentos para se tornar um dos maiores vilões da Marvel.
Direto da Cozinha do Inferno, a origem do chefão master do crime nos é contada por Jason Aaron com uma ritmo tão gostoso quanto direto. Os pensamentos do Fisk são compartilhados com a gente o tempo todo, nos aproximando dele e de certa forma fazendo a gente torcer pela sua ascensão. Minhas lembranças do Rei do Crime vem de histórias do Homem-Aranha e do Demolidor. Lembro-me na infância de ter medo dele, ( bons tempos de SAM... ai... ai.... ) de tremer quando ele aparecia por trás de algum plano maligno, de gelar quando ele resolvia lutar. Na história do Demolidor ele foi o grande planejador da 'Queda de Murdock' e em um dos momentos mais marcantes ele manda ver uma surra tão grande no Matt que a gente entende porque ele é o Rei do Crime. Percebo algo em comum com todos os grandes chefes de crimes em filme, livros e histórias em quadrinhos: Todos escondem seu verdadeiro poder para que seus inimigos não desconfiem deles e os subestimem. O Rei faz o mesmo em Justiceiro Max.
A selvageria e violência dele é só é proporcional a sua frieza. Nunca tinha pensado na origem dele e achei que foi tão bem retratada que eu não duvidaria nada se não se tornasse a origem definitiva do personagem. Perceba que só falo do Fisk, porque o Justiceiro, ao menos nestas 5 edições de Punisher Max que estão publicadas neste encadernado que eu li, fica relegado a segundo plano. Pelo que pesquisei ouveram 22 edições de Punisher Max e eu fiquei bem interessado em ler o que acontece, até mesmo porque ao final temos a chegada de um outro vilão que eu acho um dos melhores, que é o Mercenário. Espero que a Panini lance a continuação, embora eu ache que não, já que a edição não é numerada... 
Voltado ao Castle, o que chama atenção nele é a sua obstinação. Ele é tremendamente obsessivo em seu combate ao crime ao ponto de ser meio suicida. E a presença dele é mero pano de fundo onde o Rei se apoia para subir ao poder. Mais uma vez é como revisitar um amigo antigo, mesmo que seja um dos maus.
A violência que é mostrada nesta edição merece um parágrafo a parte... hehehe... sangue pra todo lado, buracos de bala na cabeça, olhos saltando das orbitas, facadas, dedos quebrados, cabeças esmagadas... oh saudades que sentia disso.
Os desenhos são bons, de autoria de Steve Dillon e cores de Matt Hollingsworth. Tem olhares sutis, clima de guerra, movimento e traços bem neutros, assim como as cores acompanhando toda os momentos, hora mais vibrante, hora mais neutro. Sempre acompanhando o movimento da cena. Daria nota 7.5. Mais uma vez relembro que eu sempre me refiro ao meu gosto pessoal, ok ? Não sei julgar algo tecnicamente pra dizer se é bom ou ruim. Só posso dizer se eu gostei ou não. :) E eu gostei. Pra ser sincero, quando um roteiro é muito bom, o desenho sabendo acompanhar já é ótimo. Acho que quando o roteiro é ruim, um bom desenho não salva a HQ. Se o roteiro é bom e o desenho é mais ou menos, a HQ é boa. Porém algumas vezes quando os desenhos chamam atenção demais, um bom roteiro pode passar despercebido. Por isso considero esta edição uma medida certa. De qualquer modo, fico pensando como seria se fosse desenhada pelo Neal Adams.

Se você gosta dos personagens de base da Cozinha do Inferno da Marvel, é uma edição imperdível. Por ser sobre personagens sem super poderes, é mais pé no chão e isso deixa a gente com um pouco mais de preocupação e envolve muito o emocional. Ler quadrinhos nos faz sentir, torcer, parar para ver os detalhes de uma cena, tentar adivinhar a trama, emocionar com algumas mortes, torcer pelo herói, entender o vilão quando é mostrado de forma humana. Se você lê regularmente, sabe do que eu estou falando.

Boa semana !

Abraços do Quadrinheiro Véio !








sábado, 10 de maio de 2014

Surpreendentes X-Men - Perigoso

Primeiro gostaria de dizer que estou muito grato por esta Coleção Oficial de Graphic Novels da Salvat por ter me resgatado como leitor de HQ´s. Esta edição dos mutantes é uma das gratas surpresas do que eu perdi da casa das idéias durante estes mais de 15 anos de ausência em minhas leituras. Pelo jeito a maioria dos lançamentos são pós anos 2000 e por isso está sendo bacana ter tanto ineditismo pra mim. O que vem antes de 98 eu li praticamente tudo, então, é bom ser atualizado e saber que, mesmo sendo poucas histórias, foram feitas sagas muito boas.
Supreendentes X-Men: Perigoso, é a continuação da edição 'Superdotados' ( que você pode ver uma análise minha aqui ) é uma destas gratas surpresas boas. Não digo que é uma das melhores que eu já li, mas é uma edição que faz a gente sentir tudo que gostaríamos de sentir lendo uma história dos mutantes. Talvez eu seja um tanto ranzinza por achar um pouco 'politicamente correta', ou até o Wolverine meio 'manso', mas encaixou bem na saga. Sou do tempo em que o baixinho atarracado era nervosão e só o professor X segurava a onda dele. Acho que o Dentes de Sabre tem razão quando diz que ele está ficando manso.... hehehe.
Situando: esta história republica as edições 7 a 12 da revista Astonishing X-Men lançados em 2004/2005. Ainda acho que a editora enriqueceria um pouco mais dando informações sobre a época do lançamento. 
Esta edição está mesmo muito boa e faz a gente entender a anterior que foi a 'cama' pra isso. Acho até que seria mais justo com a gente se tivesse sido lançado apenas em uma edição, com as 12 revistas. Claro que a editora precisa ganhar dinheiro e sabemos como anda complicado viver de publicações impressas nos dias de hoje. Em 'Perigoso' vemos uma aventura digna dos mutantes da Marvel. Tem menos embromação e blá-blá-blá mutante e mais ação. O tema 'preconceito' está lá, assim como os conflitos internos da equipe e um Xavier mais falho como tem sido nos últimos anos, porém tem algo mais. Tem o Ciclope, que sempre foi revoltado, deixando esta revolta tomar conta de si. Vemos o aflorar de um sentimento que ele deixou recluso por muitos e muitos anos e nota-se que é uma panela de pressão prestes a explodir. Tanto que a cena que eu atribuí equivocadamente na analise anterior, em que ele detona quase meia floresta com uma rajada ótica está nesta edição e não na anterior como eu havia mencionado. ( sorry... misturei. )

É difícil escrever sem soltar spoilers e prometo que vou me esforçar pra não falar nada inadvertidamente. O que acho gostoso nesta edição é o medo que a gente sente. Gosto quando o autor faz a gente achar que alguém pode morrer, ou que eles estão tão indefesos que desta vez vão perder feio. No caso dos X-Men as vitórias deles nunca são simples, sempre que vencem um adversário, existem perdas. Sejam de membros do grupo, seja na ideologia, seja uma decepção interna. Algo sempre acontece, e o Joss Whedon manteve
isso. Gosto do Colossus desde sempre. Desde que o conheci numa aventura dos X-Men enfrentando o Arcade e logo depois em Secret Wars. Eu comprava Super Aventuras Marvel ( SAM ) pra ler o Demolidor e o Justiceiro e acabei conhecendo os X-Men e aos poucos fui aprendendo a gostar da equipe. E como a maioria, a paixão pelo carcaju foi enorme, seguido pelo Colossus e Ciclope. Gostava quando não eram tanto mutantes. Nos anos 90 tinha tanto mutante que eu comecei a achar um exagero. Entendia a mensagem, mas não era algo que divertia como antes. Esta edição é divertida. O 'Perigo' é real e este nome tem um motivo. Não vou estragar a surpresa de vocês, porque eu adorei ter a surpresa e a sensação de tentar adivinhar o inimigo secreto é uma delicia. E que inimigo engenhoso. Que desafio mais intransponível. Se fosse tão inteligente quando racional, os mutantes não teriam a menor chance. Tem uma passagem que todos quase morrem que eu perco o folego. Whedon é um gênio da manipulação. Quem leu sabe o que to dizendo. 

Tem diálogos muito ricos, inclusive um muito bem bolado entre o Peter e a Kitty. Ela projeta nele seus medos e inseguranças. A única coisa que não 'colou' muito bem, ao menos pra mim, é como está sendo fácil pro Colossus, após tanto tempo encarcerado e sozinho, voltar pra equipe como se nada tivesse acontecido. Acho que ficou meio forçado.
Outra coisa que poderia ser mais explorada é a escola após os fatos desta edição. Eu realmente fiquei a fim de saber o que vem depois. Vou pesquisar.
Agora, realmente os desenhos não me agradam. John Cassaday segue o mesmo traço e perspectiva da edição anterior e poucos quadros me agradaram. Ele tem movimento, tem um sombreado bacana e tudo, mas não gosto dos rostos. Tirando o Colossus, que ficou bem legal. Que sorte a minha... hehehe...
As cores estão legais e acompanham o clima da HQ.
Acho que é uma edição imperdível. Se não pegou, corre na banca pra ver se ainda tem.

Abraços do Quadrinheiro Véio !





quinta-feira, 8 de maio de 2014

Surpreendentes X-Men - Superdotados

Leio X-Men desde sempre, e confesso que na minha infância e adolescência
eu e meus poucos amigos leitores de HQ´s pronunciávamos 'xis-men'( heheheh ), não sabíamos a pronúncia correta e líamos assim, bem como diversos outros nomes de personagens. Este 'sempre' foi interrompido no meio dos anos 90, quando parei de ler tudo. Mas o principal motivo de eu ter deixado os X-Men foi o dramalhão mexicano que os argumentos das HQ´s estavam se tornando. Estava cansativo e repetitivo e sem perceber, parei de acompanhar.
Acho que pode ter sido por isso que eu demorei tanto pra pegar este exemplar na minha prateleira e finalmente me permitir a leitura e vejo que pouca coisa mudou. Não me entendam mal, eu gostei da edição, mas não achei sensacional ou surpreendente. Talvez pra quem não os conheça possa até ser uma grande história, mas pra mim, achei boa e só isso. Vou me esforçar pra explicar este ponto de vista nas próximas linhas e perdoe-me se ferir o gosto e opinião pessoal de alguém. Como sempre digo, respeito e acho que todas as percepções são válidas e aqui eu compartilho a minha, ok ?
Bom, dito isso, Os Surpreendentes X-Men: Superdotados começa de modo bem nostálgico, aparentemente buscando resgatar alguns personagens e fazer um link com leitores mais antigos, bem como atualizar os mais recentes. Temos o retorno da Kitty Pryde à Mansão X e Joss Whedon tenta restabelecer a escola como uma instituição educacional de pessoas especiais. Digo tenta porque fica meio vago. Entendo que é apenas um "pano de fundo" pra história, mas acho que poderia ter mais detalhes. Ficou bem cinematográfico, mas não de uma forma que eu achei que encaixou bem em um formato de HQ. HQ´s pedem mais detalhes funcionais, enquanto cinema são detalhes referenciais, apenas pra situar quem assiste. De qualquer forma, só pela intenção dele já achei legal.
Esta Graphic Marvel reúne as edições 1 a 6 de Astonishing X-Men de 2004. Ao que me parece, ela vem após os acontecimentos de E de Extinção, em que, mais uma vez, os X-Men se veem precisando reunir uma nova equipe. Os mutantes já
apresentaram a tal "segunda mutação", e o Fera está com aquela aparência felina ridícula, a Emma Frost transforma o corpo em diamante e talz... Mas fora isso, a história anda bem. Gosto do ritmo, gosto de rever os "amigos" de outrora como a Kitty Pride, Nick Fury branco e o Wolverine e também gosto muito de ver o Ciclope botando pra quebrar. Embora mais descontrolado do que o normal, é bacana ver o líder natural dos mutantes assumindo seu posto. Tem uma passagem interessante em que, após um ataque devastador de sua rajada ótica, Ciclope ouve de Logan que as vezes é bom lembrar porque ele é o líder da equipe.
Vemos alguns momentos também que acontecem passagens desnecessárias, como o Logan brigando com o Fera e uns blá, blá, blá mutantes de sempre, mas que imagino que isso esteja de algum modo preparando o terreno pras histórias posteriores. Mas o que mais gosto é de ver o Colossus de volta. O mutante russo capaz de transformar seu corpo em aço orgânico é um dos meus preferidos e é bom ver ele de volta e arremessando o Wolverine. Foi certamente um 'momento delicia'. ( hehehehe )
Os desenhos são de John Cassaday e pra mim, não vi nada de mais. Ele resolve, e só. Não achei nada de extraordinário ou digno de nota, aliás, é mais um que parece que tenta fazer cada quadrinho parecer um poster ou capa. Não gosto. Mas, como disse, resolve. Conta bem. Ao menos não incomoda.
Resumindo, só é épico porque é mais um re-start nas HQ´s mutantes e tenta mais uma vez resgatar a glória dos anos Claremont, mas na minha opinião, não consegue. Na coleção da editora Salvat ela tem uma continuação que irei escrever em outro post, e que já adianto, eu gostei bem mais do que desta introdução. Acho que a verdade é que estou ficando velho pra tanto "nhê-nhê-nhê" mutante... hehehe....

Abraços do Quadrinheiro Véio !





domingo, 4 de maio de 2014

Demolidor - Diabo da Guarda

Estou de volta, amigos Quadrinheiros.
Perdoem a longa ausência.

Falar sobre o Demolidor é uma delícia pra mim. O homem sem medo se tornou um dos meus prediletos na minha infância/adolescência e era o grande motivo de eu ir as bancas todo mês buscar minha edição de Super Aventuras Marvel ( SAM pros íntimos ). Época de ouro, onde eu li, inclusive, a Queda de Murdock pela primeira vez e poucas coisas se comparam a esta saga até hoje. Porém devo dizer que "Diabo da Guarda" chega bem perto em termos de roteiro e fechamento. 
Sabem, sou grato a este blog não apenas pelos amigos que fiz e a oportunidade de dividir minha experiencia com HQ´s com as pessoas. Sou grato porque, desta vez, ela me fez ler uma HQ que ao começar eu achei que seria uma porcaria. Sério mesmo. Esta edição da Coleção Oficial de Graphic Novels Marvel da Salvat reúne as edições 1 a 8 da série 2 do Demolidor, lançado originalmente ao final de 1998 nos EUA. E as duas primeiras partes eu achei muito chatas, não me prendeu e se não fosse pelo blog, eu acho que não teria continuado até o final. Mas é a partir da parte 3 que a coisa esquenta e começa a ficar mesmo muito boa. Eu diria que é muito intrigante, genialmente escrita pelo Kevin Smith

É possível notar que a saga caminha como um roteiro de cinema. O que não é problema algum, pelo contrário, é ótimo. Seria de se estranhar se um cineasta nerd como ele não o fizesse desta forma. Sempre gostei muito de todos os filmes do Smith. Como poucos, ele é um mestre em narrativa e sabe colocar muitas referências em tudo que faz. Em "Diabo da Guarda" é possível ver referências em todo canto. De Batman a Guerra nas Estrelas, estão todas lá, e mais de uma vez. É uma delícia. Fora que tenho a impressão que ele aparece em um quadrinho.... hehehehehe... e até o Stan Lee não poderia faltar, né ? Ah, em tempo, preste muita atenção quando o Tucão aparece. Acho sensacional a referência que parte dele. É discarado. Também gosto muito dos títulos dos capitulos. Criatividade monstruosamente mostrada pelo roteirista de Clerks e Procura-se Amy. ( Assistam os 5 filmes das Crônicas de New Jersey do diretor nerd, vale muito a pena. :p )


Outra coisa bacana são os vilões escolhidos. De longe, o melhor inimigo do Demolidor é o Mercenário. Acho ele muuuuito f#%@. Ele é mal, mal, mal, sem escrúpulo, sem lealdade, sem misericórdia e louco. Acho que sempre digo que adoro os insanos. O cara é bom demais, até os dentes ele usa como arma. Um mestre do arremesso digno de enfrentar o Matt.
Basicamente a trama é sobre uma mulher que aparece do nada e entrega um bebê ao Matt, dizendo que o pequenino é o salvador cristão que retornou para salvar o mundo e que ele deveria ser seu guardião. O título da novela gráfica vem daí. O Matt seria seu Anjo Diabo da Guarda. Desenrola-se todo um drama psicológico magistral em cima disso. E percebemos que é uma forma que foi encontrada de trazer o personagem ao que era na época da "Queda".

Não posso falar muito do enredo sem entregar a história ( então.... história ou estória, né ? Aprendi conversando com uns amigos no FB que o termo estória para designar contos caiu em desuso e hoje se usa história tanto pra fatos quanto pra contos... ), e nem muitas das imagens mais legais da publicação porque entregaria partes importantes, mas posso afirmar que é muito bem escrito e amarrado. Aliás a trama toda remete demais à saga de Frank Miller, porém sem se apoiar nela. Diabo da Guarda se sustenta sozinha, não se apoia, apenas referencia em muitas aventuras anteriores do demônio intrépido ou temerário ou audacioso ( Daredevil - ainda me pergunto de onde tiraram o nome Demolidor pro personagem, mas pegou legal aqui, né... ).Em se tratando de Demolidor, sempre tem muitos diálogos internos, pensamentos, condução de conflitos e é isso que o enriquece. Ele é esquentado e confuso, humano pacas e é esta a característica mais marcante, chamativa e apaixonante dele.



A impressão que eu tenho, é que a HQ busca retomar ao personagem a grandeza que ele tinha na época de "A Queda de Murdock", mas com classe, e um final que, sério, surpreende muito. Descobrir quem está por trás de tudo e como todo esta trama fechará é um prazer que não negarei a vocês, por isso não irei revelar nada aqui, leiam o livro. Vale a pena! Mesmo com a parte 8 sendo apenas um fechamento cheio de drama e autopiedade típica do Murdock, é bacana porque emociona e resgata o ser humano e o herói de colante vermelho.


Esta HQ entra a fundo na mente de Matt Murdock, explora seus relacionamentos, sua relação com as mulheres, com os amigos e com a sua própria fé. Ele é posto a prova e somos colocados a esta mesma prova junto com ele. Teve momentos que eu me emocionei, principalmente quando um personagem importante é morto ( não, não irei revelar quem é... ). Emocionei ao ponto de parar a leitura pra respirar em respeito.

Os traços de Joe Quesada são muito bons, ele consegue misturar os estilos mais antigos e clássicos com os modernos. É um desenhista que se atualizou e é possível ver isso. Adoro a forma como ele desenha os olhos femininos, principalmente da Viuva Negra.

Recomendo a leitura, mas não seja preguiçoso. A riqueza do Demolidor reside nos detalhes de seus pensamentos e diálogos internos e externos. Obra rica, que embora não tenha sido originalmente uma Graphic Novel, faz jus ao encadernado especial.

Abraços do Quadrinheiro Véio !